A paz do Senhor seja convosco, com vossa casa e com os vossos. Dou graças ao Deus Eterno, ao Todo-Poderoso, por mais um dia de vida que Ele nos estende. Estamos de pé no dia de hoje porque ao Senhor aprouve que estivéssemos de pé. Tudo o que o homem tem, tudo o que possui, vem da parte de Deus. Não há absolutamente nada que o homem tenha que não venha da parte de Deus. E isto é importante que nós, homens e mulheres de fé, entendamos: caminhar sob a soberania do Deus Eterno, caminhar sob a soberania do Todo-Poderoso.

Quando lemos o livro de Jó no capítulo 1, vemos que Satanás se apresenta diante da presença do Senhor. A palavra que Deus lhe dirige é: “Não consideraste o meu servo Jó, que não há outro mais perfeito que ele?” Em que consiste a perfeição? A perfeição consiste precisamente em entender a soberania de Deus, em caminhar sob a soberania de Deus. Ninguém tenha conceito mais alto de si mesmo do que deve ter.

Caminhar sob a soberania de Deus nos faz entender o que Deus está fazendo em nossos entornos e em nossos meios. Damos graças precisamente porque a Ele aprouve que hoje estivéssemos de pé e, sobre todas as coisas, que tivéssemos esta oportunidade de nos apresentarmos diante de Sua Palavra para que Sua Palavra nos ilumine, nos dirija, nos guie, mas também para que Sua Palavra nos corrija, nos instrua e nos fortaleça.

A Fé Não É Somente Crer

Estivemos por várias semanas estudando o tema da fé, e algo bem importante que aprendemos desta série de ensinamentos é que a fé não é somente crer. Vimos isso desde o primeiro dia em que entramos nesta série de ensinamentos. Percebemos que a fé não é somente crer, embora para a grande maioria dos homens e das mulheres de fé esta seja quase a definição por excelência: “crer”, “eu creio”, “eu creio”.

Percebemos que a fé não é somente crer, mas tem a ver com:

  • Entender a Deus
  • Entender a obra de Deus
  • Caminhar sob a soberania de Deus
  • Fazer aquilo que o Senhor quer que façamos

A fé não é uma ferramenta somente para pedir, para demandar ou para ter a segurança de que vamos receber algo da parte de Deus. A fé é a forma que nos ajuda a atrair e a estabelecer o Reino de Deus sobre a terra. É a virtude espiritual que Deus nos entregou por meio de Seu Santo Espírito para que vivamos na terra como se vive no céu.

Aquele Que Não É Comigo, Contra Mim É

Esta noite vamos continuar com esta série de ensinamento. Vamos estudar preceitos bem importantes que nos ajudam a entender a fé, mas sobre todas as coisas, que nos ajudam a caminhar por fé. Quero começar aqui no Evangelho de Lucas, capítulo 11, versículo 23. Esta palavra está nos estabelecendo um guia para podermos entender o que é a fé.

O versículo 23 diz: “Aquele que não é comigo é contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha”. Palavra declarada por Jesus o Cristo quando Ele estava apresentando ensinamento acerca da guerra espiritual.

À primeira vista se poderia perguntar: que relação tem este versículo com a fé? Vamos perceber no ensinamento desta noite que este versículo basicamente redefine o que é a fé nos ambientes nos quais nos movemos.

“Aquele que não é comigo é contra mim”. Duas expressões que estão estabelecendo um limite: “aquele que não é comigo é contra mim” e “aquele que comigo não ajunta, espalha”.

Primeira Declaração: Aquele Que Não É Comigo É Contra Mim

O que isto significa? O que significa é que se nós, homens e mulheres que nos confessamos como filhos de Deus, homens e mulheres que nos confessamos como crentes, não caminhamos conforme o que o Senhor determinou, isto nos coloca em contrariedade contra Deus.

De fato, se revisarmos o capítulo 14 da epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, o último versículo diz: “Tudo o que não provém de fé é pecado”. E isto nos estabelece que se não caminhamos conforme o que Deus estabeleceu para que o homem e a mulher de Deus caminhem por meio disso, nos constituímos como contrários a Deus.

O que isto significa então? Isto significa que se não conseguirmos caminhar por fé, com fé e em fé, estaríamos então caminhando em oposição ao que Deus determinou.

A Cegueira dos Incrédulos

Quero ir à segunda epístola do apóstolo Paulo aos Coríntios, capítulo 4, versículo 4. Diz: “Se o nosso evangelho está ainda encoberto, está encoberto entre os que se perdem; nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória do Cristo, o qual é a imagem de Deus”.

O versículo 4 está nos estabelecendo uma verdade que não devemos ignorar: o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos. E dissemos praticamente em vários de nossos ensinamentos que:

  • Incrédulo não é somente o que está fora de uma igreja
  • Incrédulo não é somente o pecador
  • Incrédulo não é somente o que está no mundo
  • Incrédulo não é somente aquele que abertamente se declara contra Deus

Incrédulo é aquele que não segue o que o Senhor estabeleceu. Incrédulo é aquele que não está disposto a caminhar no ensinamento que Jesus o Cristo estabeleceu.

Lembre-se de Mateus capítulo 7, o Sermão da Montanha, quando Jesus o Cristo está finalizando, concluindo esse ensinamento. Ele diz: “Compararei o homem que ouvir estas coisas e as fizer a um homem prudente que fundou sua casa sobre a rocha. Sopraram ventos, veio chuva, correram rios, e sua casa não caiu”. Mas imediatamente estabelece: “Compararei aquele que ouve estas palavras e não as faz ao homem insensato que fundou sua casa sobre a areia. Os mesmos cenários: veio chuva, soprou vento, correram rios, e a casa se destruiu porque estava fundamentada sobre a areia”.

Isto é o que nos está ensinando: se não estamos dispostos a ver o que Deus vê, não podemos entender o que Deus está fazendo em nossos entornos, em nossos ambientes.

Dois Elementos da Incredulidade

Note o que diz o versículo 4: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”. Há dois elementos aqui que nos estão sendo apontados:

1. A Intervenção Satânica O deus deste século cegou os entendimentos. Há uma intervenção satânica. Por quê? Porque há homens e mulheres que não puderam se desenvolver na fé, pois apesar de estarem em ambiente de revelação, não puderam transcender porque há uma intervenção satânica.

O versículo quatro o diz: “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”. Há uma intervenção satânica que não nos permite ver além do que nossos olhos físicos, do que nossos olhos materiais percebem.

O apóstolo escreve na epístola aos Gálatas e diz: “Porque não caminhamos por vista, mas por fé”. Isso significa que a fé tem a ver com as coisas espirituais, mas para isso é necessário vê-las. Por que não as vemos? Porque há uma intervenção satânica em nossos entornos, em nossos meios, em nossas moradias, em nossos lares, que não está nos permitindo ver como Deus vê as coisas.

2. A Falta de Vontade de Crer O segundo elemento: “Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”. É uma participação pessoal, é uma participação individual, é uma participação de cada um. Não é somente a intervenção satânica, mas há também uma participação, uma falta de compromisso, uma falta de entrega àquilo ao qual o Senhor está nos chamando ou àquilo ao qual o Senhor está nos entregando.

Não podemos somente colocar a culpa no inimigo, pois há uma participação da pessoa, do homem, da mulher, que não lhe permite transcender os limites do material.

Primeira Definição de Fé: Ver Como Deus Vê

Por isso dizíamos: incrédulo não é somente o que está fora, o que não quer crer. Se você vai ao Evangelho de João, capítulo 3, no momento em que Jesus o Cristo se encontra com Nicodemos, quando Jesus o Cristo lhe está falando, está lhe dando um ensinamento de revelação que não encontramos em nenhum outro texto, Nicodemos lhe diz ao Senhor: “Como pode ser possível isto?”

E esta é a situação na qual se encontram hoje em dia muitos homens e muitas mulheres que, apesar de se confessarem como filhos de Deus, apesar de se confessarem como filhos de um Deus Todo-Poderoso, no entanto, não podem ver o que Deus está vendo, o que Deus está fazendo em seu entorno. Como pode ser possível isto? Como é possível que isto aconteça? Como é possível que isto suceda?

Aqui é importante que entendamos que a fé transcende o plano do material. Por isso dizíamos que a fé não é somente uma ferramenta que nos ajuda a receber aquilo que estamos pedindo. Isso não é a fé, não é somente aquilo.

Quando estou pedindo algo ao Senhor, estou pedindo com fé: “eu creio”, “eu creio que o Senhor pode fazer”. Quantas pessoas dizem isso ou disseram isso em algum momento? Não se trata somente de crer, trata-se de ver o que Deus está fazendo em nossos entornos, o que Deus está fazendo em nossos meios.

O Exemplo de Sara

Quero ir ao livro de Gênesis, capítulo 18. Vou ler desde o versículo 12 até o versículo 14. Diz o versículo 12: “Riu-se, pois, Sara consigo, dizendo: Depois de haver envelhecido, terei deleite, sendo também meu senhor já velho? Então Jeová disse a Abraão: Por que se riu Sara dizendo: Será certo que hei de parir sendo já velha? Versículo 14: Há para Deus alguma coisa difícil? Ao tempo determinado voltarei a ti, segundo o tempo da vida, e Sara terá um filho”.

Temos este exemplo, um exemplo bem claro. Aos 99 anos de idade, o Senhor se apresenta diante de Abraão. Isto é conhecido como uma teofania. É o Senhor mesmo quem se apresenta, e o Senhor lhe está dizendo: “Ao tempo da vida, ao cabo de um ano, Sara, tua mulher, terá um filho”.

Já leu o que ela disse: Será isto possível? Como vai ser que isto aconteça?

A fé é a capacidade de poder ver como Deus vê. Ver como Deus vê as coisas, não como o homem as vê, não como a sociedade nos diz que devemos ver as coisas, não como as leis nos dizem que devemos ver as coisas, não como os costumes dos povos nos dizem que devemos ver as coisas. A fé é a capacidade de poder ver como Deus vê, e esse é o grande impedimento que muitos temos na hora de caminhar por fé.

Como vai ser possível isto? É impossível, isto não se pode fazer, isto não tem a possibilidade de poder se realizar. Por isso, voltando a Segunda Coríntios que lemos há uns minutos: “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que não lhes ilumine a luz do evangelho do Cristo”.

Temos que entender que a incapacidade que tenhamos para poder ver a obra de Deus se deve a dois elementos:

  1. Uma intervenção satânica que está presente, ativa em nosso meio
  2. Uma disposição da pessoa de não querer ver

O Exemplo de Tomé

Lembra-se da noite em que Jesus o Cristo se apresentou pela primeira vez diante dos discípulos? Tomé não se encontrava entre eles nessa noite. E quando contaram a Tomé que Jesus o Cristo lhes havia aparecido, Tomé disse: “Se eu não vir a sua chaga e não meter meu dedo no seu costado, não crerei”.

Esta é a reação de muitos homens e de muitas mulheres. Assim vivem muitos homens e muitas mulheres neste tempo: “Se eu não vir, se eu não introduzir meu dedo no seu costado, eu não crerei”. Não vivemos por vista, não dependemos das circunstâncias, não dependemos de nosso entorno, dependemos de Deus.

Por isso Lucas capítulo 11 é bem importante que possamos entender: “Aquele que não é comigo é contra mim”. Por que não podemos caminhar por fé muitas vezes? Porque há uma aberta rebelião contra o que Deus está fazendo.

Esta rebelião se deve ao fato de que muitas vezes Deus não está atuando entre nós como esperamos que Ele atue. E isto está trazendo muitos conflitos a homens e mulheres. Por quê? Porque nos forjamos uma ideia, porque nos formamos uma ideia como Naamã, o Sírio, a formou quando ia à casa de Eliseu.

O Exemplo de Naamã

Ele disse: “Eliseu sairá e fará algum ritual em minha presença e me dirá: sê são neste momento”. Mas o que sucedeu quando Naamã chegou à casa, à porta da casa? Eliseu nem sequer saiu para recebê-lo, mandou o criado e o criado lhe disse: “Vai ao rio Jordão, mergulha sete vezes, e serás são”.

Essa resposta fez com que Naamã desse meia volta e se dirigisse de novo ao seu lugar de origem. Pela intervenção de um criado de Naamã, ele teria continuado leproso pelo resto de sua vida.

Quantos homens de Deus, quantas mulheres de Deus nos privamos de tanta bênção e de tanta obra do Senhor precisamente porque estamos vendo as coisas desde nossa perspectiva? Porque estamos vendo desde nossos costumes, porque estamos vendo desde nossa denominação religiosa, porque estamos vendo desde a perspectiva econômica, porque estamos vendo desde a perspectiva social. Mas não vimos como Deus está vendo as coisas.

Há algo impossível para Deus? Qual é o problema? Porque há homens que são incrédulos, porque há mulheres que são incrédulas. Embora muitas vezes possamos dizer: “Sim, Deus pode fazer, claro que sim, Deus pode abrir o mar em dois”. Mas no entanto, não cremos no que Deus está fazendo em nosso entorno.

É importante que deponhamos esta atitude de incredulidade e comecemos a ver como Deus vê as coisas.

O Exemplo de Elias e a Chuva

Há outro exemplo que quero apresentar-lhe. Primeiro livro de Reis, capítulo 18. Vou ler desde o versículo 41 até o 45:

“Então Elias disse a Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de abundante chuva”.

Ponha muita atenção a esta declaração: “Come e bebe, porque há ruído de abundante chuva”.

Vou pausar por alguns segundos aqui para podermos entender o que está acontecendo. Elias havia declarado três anos e meio antes que não ia chover senão por sua palavra. O profeta Elias havia estado escondido da parte do Senhor; procuraram-no e não o encontraram porque Deus o escondeu.

E ao cabo de três anos e meio, durante os quais houve muitas secas, onde as culturas se estragaram, onde muitos animais pereceram, onde o reino praticamente havia ficado em uma crise econômica de todo tipo, de novo se manifesta Elias, e agora para dizer: “Come e bebe, porque há ruído de abundante chuva”.

“E Acabe subiu para comer e beber. E Elias subiu ao cume do Carmelo, e prostrando-se em terra, pôs seu rosto entre seus joelhos. E disse a seu criado: Sobe agora e olha para o mar. E ele subiu e disse: Não há nada. E ele lhe voltou a dizer: Volta sete vezes. À sétima vez disse: Eu vejo uma pequena nuvem como a palma da mão de um homem, que sobe do mar. E ele disse: Vai e diz a Acabe: Aparelha e desce, para que a chuva não te impeça”.

Ver como Deus vê, isto é fé. Não é como nós vemos, não é como as circunstâncias nos determinam que vejamos. Três anos e meio durante os quais não havia chovido, nem garoa, nada. Absolutamente o céu completamente fechado, porque assim está estabelecido na Lei de Moisés: completamente fechado. Não havia nuvens. De fato, não havia nuvens.

Olhe quão importante: uma nuvem pequenina como a palma de uma mão. Isso foi tudo o que se viu, e nem sequer Elias o viu. Quem o viu? Foi o criado. Elias estava prostrado. Foi o criado quem o viu. Mas para Elias foi suficiente para dizer: “Uma grande chuva vem, uma grande chuva vem”. E o diz em duas ocasiões: no versículo 41 e também o diz no versículo 44.

Grande chuva. Ver as coisas como Deus as vê, irmão, isto é fé.

Fé é poder ver como Deus vê as coisas, e este é o grande impedimento que muitos homens têm apesar de estarem dentro de uma congregação, apesar de formarem parte de um ministério. Esta é a grande incapacidade que muitos de nós temos: vemos somente o externo, vemos o exterior, vemos o circunstancial, mas não desenvolvemos a capacidade de ver como Deus vê as coisas.

A Obra Sobrenatural

De fato, se você observa o final deste capítulo, ocorre um fato sobrenatural na vida de Elias. Veja o versículo 46: “E a mão de Jeová foi sobre Elias, o qual cingiu seus lombos e veio correndo diante de Acabe até chegar a Jezreel”.

Os dois estavam no mesmo lugar, no monte Carmelo, os dois estavam no mesmo local. O rei Acabe estava em um carro, isto é, um carro movido por cavalos. Ainda que tivesse sido um só cavalo, para que o vejamos; embora tivesse sido um só cavalo, corria com certa velocidade.

E o que se nos está dizendo no versículo 46 é que Elias, sem necessidade de um cavalo, correu mais rápido que Acabe. Leia. Por uma obra sobrenatural do Espírito de Deus.

O que o Senhor nos está dizendo? O que o Senhor nos está apresentando? Que a obra sobrenatural não poderá vir, nunca poderá vir, se não estamos dispostos a ver as coisas como Deus as vê.

Quantos homens e quantas mulheres de Deus estão esperando milagres do Antigo Testamento, milagres do Novo Testamento, quando de repente coisas sobrenaturais aconteciam? Tenho que lhes dizer, irmão: se não podemos ver as coisas como Deus as vê, as coisas sobrenaturais nunca vão acontecer.

Por quê? Porque Deus nos demanda que vivamos por fé. Se você revisa Hebreus capítulo 11, versículo 6, diz: “Sem fé é impossível agradar a Deus”. E na epístola aos Efésios diz claramente que a graça é pela fé, a salvação, a graça é pela fé, não por obras, pela fé.

O que estão dizendo então estas passagens? Estas passagens estão dizendo, irmãos, que o Reino dos Céus se move pela fé. O Reino dos Céus se estabelece e se move pela fé.

Nenhum de nós vive dentro do Reino dos Céus tão somente porque o declare, tão somente porque o diga, tão somente porque o estabeleça. Não. O Reino dos Céus se estabelece, se move pela fé. E aqui estamos vendo neste primeiro ensinamento, irmão: a fé é a capacidade de ver as coisas como Deus as vê.

Por isso o interesse do inimigo é cegar os entendimentos dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho do Cristo Jesus. O apóstolo diz: “Se nosso evangelho está encoberto, está encoberto entre aqueles que se perdem, aqueles que perecem por causa da incredulidade”.

Temos então, irmãos, uma demanda do Espírito de Deus. Não é somente um ensinamento o que estamos apresentando; é uma demanda do Espírito de Deus: a necessidade de viver pela fé. Porque do contrário, a obra sobrenatural não vai se desenvolver, o Reino dos Céus não vai se estabelecer.

Que aprendamos a caminhar pela fé, a viver pela fé, isto é, a ver as coisas que Deus vê como Ele as vê.

Segunda Definição de Fé: Chamar as Coisas Como Deus as Chama

Quero passar a um segundo ensinamento. Vou à epístola do apóstolo Paulo aos Romanos, capítulo 4, versículo 17. Diz: “Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí diante de Deus, no qual creu, o qual dá vida aos mortos”. E tome nota: “E chama as coisas que não são como se já fossem”.

Segundo ensinamento: Fé é chamar as coisas como Deus as chama. É falar as coisas como Deus as tem falado.

Não é, de novo, como eu as visualizo, não é como eu as creio, como eu as entendo, é como Deus as chama. Aqui, irmão, de novo Lucas capítulo 11: “Aquele que não é comigo é contra mim”. Nos encontramos estabelecendo contrariedade a Deus porque Deus chama as coisas de uma maneira e nós as chamamos de outra forma.

O Exemplo de Lázaro

Vou apresentar-lhe dois exemplos. Quero ir primeiro ao Evangelho de João, capítulo 11, versículo 4. Diz: “E ouvindo-o, Jesus disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado”.

“Esta enfermidade não é para morte”. Chamar as coisas como Deus as chama.

“Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus”. E você leu o relato porque este acontecimento é bem conhecido por todo o povo crente: Lázaro morreu. Mas Ele havia dito que esta enfermidade não é para morte.

Quando Ele chega, as duas irmãs, Maria e Marta, reprovam a Jesus o Cristo da mesma forma. As duas lhe disseram o mesmo: “Se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido”.

Lembremos algo: suas irmãs o mandaram chamar quando ele estava no processo da agonia. Portanto, então, o que suas irmãs lhe estão dizendo é: “Se tivesses escutado, se tivesses atendido nossa mensagem, isto não estaria acontecendo no dia de hoje”. A reprovação das duas.

De fato, Marta se encontra primeiro com Jesus o Cristo e logo Maria, que havia ficado em casa, disse-lhe da mesma maneira.

Quantos homens e quantas mulheres nos encontramos ressentidos com Deus porque, de novo, “eu cria que ias fazer deste modo”, “eu cria que devias fazer deste modo”? Porque esses são os conceitos religiosos que nos formamos.

Fé é chamar as coisas como Deus as chama. “Ele dá vida aos mortos e chama as coisas que não são como se já fossem”. Chamar as coisas como Deus as chama.

Fé é a capacidade que o homem de Deus, que a mulher de Deus, podem ter de transcender as circunstâncias e dizer: “Isto não é para destruição, isto não é para morte, isto não é para deterioração. Isto é para que a glória de Deus se estabeleça”.

Isto é bem importante que possamos entender porque “aquele que não é comigo é contra mim”. Muitas vezes nos encontramos resistindo a Deus, resistindo ao que Ele está fazendo, precisamente porque não chamamos as coisas como Ele as chama, mas lhes damos outro nome, lhes damos ou lhe pomos outra designação ou outra definição.

Chamar as coisas como Deus as chama. E agora no versículo 12 diz: “Disseram então seus discípulos: Senhor, se dorme, ficará curado. Mas Jesus falava da sua morte, e eles pensaram que falava do repouso do sono”.

Jesus o Cristo sabia o que já havia acontecido naquele tempo. Não eram tão rápidos como são hoje os meios de comunicação; em questão de segundos podemos saber o que está acontecendo do outro lado do mundo, mas naquele tempo não.

Quando os mensageiros que sua irmã havia enviado chegaram, Lázaro havia falecido, porque ela lhe diz: “Faz quatro dias”. Isso significa que quando eles chegaram para dar-lhe a mensagem, quando chegaram, já Lázaro estava morrendo. Jesus o Cristo o sabia, como Ele sabe todas as coisas que acontecem em nossa vida. Ele o sabe, Ele o sabe.

Mas o importante do ensinamento que Ele nos estabelece é que possamos transcender o material, que possamos transcender o circunstancial e possamos ver e chamar as coisas como Deus as chama.

Quando isso acontece, ouça bem, quando isso acontece, de novo aí vem a obra sobrenatural. Porque quando você lê o resto do capítulo, percebe que Jesus o Cristo chama Lázaro e Lázaro se levanta dentre os mortos.

Isto nos está ensinando que a obra sobrenatural não poderá se desenvolver em nossas vidas nem nunca poderemos viver no sobrenatural se não estamos dispostos a chamar as coisas como Deus as chama.

Porque é impossível, é impossível que nós, indo contra Deus, possamos receber o que Deus dispôs nos entregar. É impossível. Deus não pode ir por cima de Sua própria Palavra.

Neste caso, vemos uma obra sobrenatural quando se estabeleceu o que Ele havia estabelecido desde um princípio: “Não te disse que se creres verás a glória de Deus?”

“Sim, eu creio que meu irmão se levantará na ressurreição dos mortos”. E Jesus o Cristo lhe estava dizendo: “Não, eu te estou falando deste preciso momento, do sobrenatural no qual o homem pode viver, do sobrenatural no qual a mulher pode viver. Te estou falando deste momento”.

Quando aprendermos a chamar as coisas como Deus as chama, quando aprendermos a falar da forma como Deus fala as coisas que estão acontecendo em nosso redor.

O Exemplo da Filha de Jairo

Outro exemplo temos no Evangelho de Marcos, capítulo 5, versículo 38 e 39. Diz: “E veio à casa do principal da sinagoga, e viu o alvoroço, os que choravam e gemiam muito. E entrando lhes diz”, ponha atenção a esta palavra: “Por que alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme”.

“E faziam zombaria dele, mas ele, tendo lançado fora a todos, toma o pai e a mãe da menina e os que estavam com ele, e entra onde a menina estava. Versículo 41: Então, tomando a mão da menina, lhe diz: Talita kumi, que é, se o interpretares: Menina, a ti te digo, levanta-te”.

E conhecemos o final desta história. A jovem de 12 anos de idade se levantou, e Jesus o Cristo ordenou que lhe servissem de comer como se nada houvesse acontecido.

Faziam zombaria dele. Faziam zombaria dele porque “a menina está morta”. Mas Ele, versículo 39: “A menina não está morta. A menina tão somente dorme”.

Chamar as coisas como Deus as chama. Fé é chamar as coisas como Deus as chama.

Queremos viver no sobrenatural, queremos caminhar no sobrenatural. É necessário que chamemos as coisas como Deus as chama.

Como cremos nós que, aferrando-nos como eles diziam, “Não, a menina está morta, por isso estamos gemendo, por isso estamos lamentando, porque caiu uma desgraça”? Quantos estão vendo precisamente isto? Quantos de nós?

O único que estamos vendo é a escassez. Quantos de nós, o único que estamos vendo é a enfermidade. Quantos, o único que estamos vendo é a desgraça que chegou à minha casa. Quantos? Mas não podemos ver a Deus operando em nosso entorno, não podemos ver a Deus operando em nossos meios.

Chamar as coisas que não são como se já fossem. Chamar as coisas como Deus as chama.

Aquele Que Comigo Não Ajunta, Espalha

Isto é um exercício, e agora quero voltar ao Evangelho de Lucas, capítulo 11, versículo 23: “Aquele que não é comigo é contra mim; e aquele que comigo não ajunta, espalha”.

Disse-lhe que me ia concentrar na primeira frase; agora vamos à segunda frase: “Aquele que comigo não ajunta, espalha”.

Sabe quantas bênçãos espalhamos precisamente por não ver o que Deus está fazendo em nosso meio, por não ver como Deus vê? Sabe quantas bênçãos espalhamos por não chamar as coisas como Deus as chama?

O Exemplo do Centurião

Leu Mateus capítulo 8? Estou me referindo ao caso do centurião romano. “Meu servo está enfermo, gravemente enfermo”. Jesus o Cristo lhe propõe: “Eu irei e o sararei”. E o centurião lhe disse: “Não, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas tão somente dize a palavra e meu servo sarará”.

E Jesus o Cristo estabeleceu algo bem importante que nos ajuda a aprender a viver pela fé. O que Jesus o Cristo estabeleceu? “Como creste, assim te seja feito”.

Sabe o quê? As desgraças que estabelecemos são as desgraças que realmente acontecem em nosso meio. Sim, porque Lucas 11:23 diz: “Aquele que comigo não ajunta, espalha”.

Estamos estragando as bênçãos que Deus nos entregou. Estamos estragando as promessas que Deus nos entregou. Por quê? Porque não queremos crer, porque somos incrédulos, porque precisamos ver para crer.

Foi precisamente o que Tomé estabeleceu. Jesus o Cristo disse naquela ocasião: “Bem-aventurados os que creram sem ver”.

Obra sobrenatural, irmãos, não poderá se desenvolver em nossas vidas se não estamos dispostos a ver as coisas como Deus as vê, se não estamos dispostos a chamar as coisas como Deus as chama.

Não vai acontecer, não vai ocorrer. Porque como vai crer você que Deus vai entregar se estamos espalhando? Isso é o que tem acontecido com muitos homens e com muitas mulheres: estamos espalhando.

O Que Significa Espalhar?

O que significa espalhar? Significa que há um cesto, uma canastra, há um depósito cheio de provisão, e estamos tomando dessa provisão e a estamos jogando fora, a estamos jogando à terra, a estamos jogando ao chão por nossa incredulidade.

Eu lhe dizia quase ao começo do ensinamento: incrédulo não é o que está fora de uma igreja. Incrédulo é aquele que não quer crer, aquele que não está disposto a crer. E vamos encontrá-los também dentro de uma igreja, vamos encontrá-los também formando parte de um ministério. Vamos encontrá-los inclusive sendo parte ativa de um ministério.

A obra sobrenatural não vai se desenvolver em nossa vida.

Quanta gente, quanta gente está pedindo avivamento nas igrejas? Se não aprendermos a ver como Deus vê, se não aprendermos a chamar as coisas como Deus as chama, irmão, isso nunca vai acontecer. Agora está entendendo? Porque “aquele que comigo não ajunta, espalha”.

Deus não dá para que espalhemos. Deus não dá para que espalhemos, para que o estragemos. Para quê? Para quê?

E isso é bem importante que entendamos.

O Exemplo de Geazi

A vida de fé é a capacidade de ver como Deus vê. Não é ver o circunstancial, não é ver a adversidade.

Temos outro exemplo no caso de Geazi, que era o mordomo de Eliseu. Um dia Geazi se levanta surpreso de que ao redor de onde estavam orando havia milhares de soldados assírios. Milhares de soldados assírios, e não estavam ali para protegê-los; estavam ali para atacá-los.

Geazi vem diante de Eliseu e lhe comenta: “O que está acontecendo?” Eliseu, sem sequer ver o que Geazi lhe está apresentando, sem sequer ver, faz uma oração e diz: “Abre-lhe os olhos, Senhor, para que ele possa ver que maiores são os que estão conosco do que os que estão contra nós”.

Poder ver as coisas como Deus as vê.

A Responsabilidade Pessoal

Quanta desgraça chegou aos nossos lares não tão somente porque o inimigo a tenha enviado? Quanta desgraça chegou porque nós a estabelecemos? Sim, a estabelecemos com o que dissemos.

Porque a palavra que Jesus o Cristo disse ao centurião, “como creste, assim te seja feito”, funciona tanto no positivo como também funciona no negativo. Se tu estabeleceste que isso era uma desgraça, pois é uma desgraça; tu o estás estabelecendo.

Por isso é bem importante que homens e mulheres de Deus aprendamos a apurar nosso olhar, aprendamos a apurar nossa forma de falar. Porque fé é a capacidade de poder ver as coisas como Deus as vê, a capacidade de chamar as coisas como Deus as chama, para que então o sobrenatural possa se estabelecer em nossos meios, em nossos ambientes.

“Aquele que não é comigo é contra mim”. Não nos encontremos em contrariedade com Deus, estabelecendo coisas que Deus não quer que estabeleçamos.

“Aquele que comigo não ajunta, espalha”. Muitas bênçãos se estragaram porque nós mesmos as estragamos, porque nós mesmos as jogamos, as jogamos por terra.

Deus Não Dá Para Espalhar

Deus não vai nos dar, tenha presente isto: Deus não vai nos dar para que espalhemos. Deus não vai nos dar para que espalhemos. Deus vai nos dar para que cultivemos, para que prosperemos, para que multipliquemos.

Na parábola dos talentos se pode ver: “Cinco talentos me deste, aqui tens o que é teu: cinco mais cinco”. “Dois talentos me deste, aqui tens o que é teu: dois talentos mais dois que eu produzi”.

Deus nos dá não para espalhar, porque isto vai contra a soberania de Deus.

Um Tempo de Definição

Estamos nos aproximando de um tempo de definição. Este tipo de definição é poder ser homens e mulheres não nominais, poder ser homens e mulheres de verdade, de fato, de palavra.

“Que vosso falar seja sim, sim; não, não. Porque o que passa disso procede do maligno”.

Assim que nesta obra não nos encontremos em contrariedade com o Senhor. Não nos encontremos espalhando porque estamos indo contra Sua vontade.

E Deus diz: “A Palavra não terá por inocente aquele que tomar Seu Nome em vão”. Esta palavra tem vigência no dia de hoje.


Oração Final

Deus Eterno, Pai nosso que estás nos céus, te dou graças por esta palavra, ó Deus, e pela exposição que Tu nos permites diante desta Palavra. Deus Eterno, que o poder de Teu Santo Espírito agora possa nos fazer entender a necessidade de deixar de ser incrédulos e caminhar conforme o que Tua Palavra estabelece.

Em Nome de Jesus o Cristo, Senhor. Amém, amém.

Abençoo. A paz do Senhor seja convosco. Amém.


pastor Pedro Montoya


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